Nome Científico: Falco peregrinus
Nome Popular: Falcão, Falcão Peregrino
Filo: Chordata
Ordem: Falconiformes
Família: Falconidae
Comprimento: até 45 cm
Cauda: estreita e comprida
Cor: azul-acinzentada com listas escuras; coroa preta na cabeça; cauda com pontas brancas; pintas na barriga, que é esbranquiçada.
Período de incubação: 1 mês
Postura: 3 ovos
Alimentação: Alimenta-se quase exclusivamente de outras aves, que ele alcança facilmente no voo.
Origem: O Falcão distribui-se por todos os continentes à excepção da Antártida.
Características:
Apesar de ser um caçador destemido, muito valorizado pelos falcoeiros, o falcão nunca se defende de outras aves.
É uma ave de rapina diurna de médio porte, com uma envergadura de 89 a 120 cm, sendo as fêmeas maiores e mais pesadas que os machos (dimorfismo sexual).
Apresenta uma forma típica de falcão, com asas pontiagudas e um desenho corporal compacto e aerodinâmico.
O dorso apresenta um tom cinzento-azulado enquanto que o ventre e a zona interna das asas apresentam tonalidades claras com barras escuras. Identifica-se facilmente através da sua cabeça preta cinza com um “bigode “ escuro e um queixo branco.
No nosso país esta espécie está presente durante todo o ano e foi considerado como ”Vulnerável” no Livro Vermelho dos Vertebrados
Prefere habitats em zonas montanhosas e vales fluviais podendo igualmente ser encontrado em cidades. Cria em saliências rochosas nas encostas escarpadas e de difícil acesso.
Alimenta-se de aves de pequeno a médio porte, lançando-se em voo picado e alcançando, por vezes, uma velocidade próxima dos 300km/h!
Estruturas como os pombais tradicionais poderão proporcionar uma base alimentar bastante importante a estas aves de rapina.
O falcão peregrino aparece na Europa, Ásia, Austrália e América.
Durante o Inverno, os falcões europeus migram para a África.
O falcão peregrino prefere o campo aberto, as praias e pântanos perto de colónias de aves aquáticas e ribeirinhas.
É encontrado também em cidades grandes.
Em geral põe seus ovos num penhasco, muitas vezes sem ninho.
Os ovos são incubados pelo casal de pais. O falcão peregrino tem o bico superior denteado, próprio dos falcões.
Falcoaria
A falcoaria ou cetraria é a arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras aves de rapina para a caça. Em geral pode-se dizer que é uma caça de aves e pequenos quadrúpedes, praticada desde a Idade Média com falcões, açores, francelhos e outros rapaces, que têm a capacidade de perseguir uma presa no ar ou no solo até derrubá-la ou matá-la.
Os vestígios e documentos sobre a falcoaria mostram que se tratava de um esporte aristocrático, do qual participavam reis e outros membros poderosos das cortes.
O costume possui forte tradição em Portugal, introduzido no território do Al-Andalus pelos berberes durante o domínio muçulmano, antes da fundação da nacionalidade.
Em 2010, esta arte foi classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO
História
Estudos tradicionais sobre a falcoaria dão conta de que esta arte começou no Extremo Oriente; a arqueologia, entretanto, encontrou evidências de que a falcoaria no Oriente Médio data do século I a.C..
A falcoaria era um esporte popular entre os nobres da Europa medieval e do Japão feudal, verdadeiro símbolo de status. No Japão é chamada de takagari.
Ovos e filhotes dos pássaros de caça eram raros e caros, e o processo de criar e treinar falcões requer tempo, dinheiro e espaço - o que restringia sua prática à nobreza. No Japão havia, até, sérias restrições em relação a quem poderia caçar, quais as espécies animais que poderiam ser caçadas e onde, tomando-se por base a hierarquia da pessoa na casta dos samurais.
Na arte, como noutros aspectos culturais, como a literatura, a falcoaria permaneceu como símbolo de status mesmo depois de haver perdido o interesse entre seus praticantes. Águias e falcões empalhados, e expostos nas paredes, simbolizavam metaforicamente que seu proprietário era nobre e valente.
Gravuras ou quadros com falcões ou cenas da falcoaria poderiam ser compradas pelos ricos, e exibi-los era algo mais cômodo que a prática do esporte, servindo igualmente para índice de certo grau de nobreza e status.
Registros
É possível que a falcoaria tenha sido desenvolvida na China, já que existem muitas referências sobre a sua prática antes da Era Cristã em diversos textos chineses e japoneses. A mais antiga representação da falcoaria é um baixo-relevo encontrado em finais do século XIX em Korshabad, no atual Irão, datado de 1350 a.C..
Não existem provas suficiente para determinar se a falcoaria era praticada no Antigo Egipto, mas ainda assim existem bastante imagens de falcões, que eram consideradas aves míticas. Havia, inclusive, um deus com cabeça de falcão - Hórus - e falcões mumificados foram encontrados em tumbas dos faraós.
A falcoaria aparece representada em ruínas na Turquia e em restos pertencentes à civilização Assíria; também é mencionada em alguns textos gregos.
Embora a falcoaria não tenha sido muito difundida entre o romanos, eles empregavam o bufo-real e aproveitavam-se da animadversão existentes entre as aves rapinantes diurnas e as noturnas para, com a ajuda desta espécie de coruja, poder capturar rapaces diurnas.
Aves utilizadas
Várias espécies de aves de rapina podem ser utilizadas na cetraria. Elas são classificadas pelos falcoeiros como:
• Asas largas: águias, búteos, gavião-asa-de-telha.
• Asas longas: falcões.
• Asas curtas: Accipiter - gaviões e açores